Pois é, não tenho como negar. Eu gosto mesmo da série Twilight (livros) e por isso, mesmo criticando cada filme da série, eu sempre acabo indo ver logo que o filme sai. Então seguindo a regra, ontem fui ver Breaking Dawn.
Antes de falar sobre o filme, tenho que ressaltar que apesar de ter adorado os livros (para mim a epítome do "guilty pleasure"), sempre admiti ser um livro um tanto pobre. Claro, a série é capaz de fazer os cromossomos XX suspirarem, mas não é uma obra prima da literatura, é absurdamente açucarado, com a personagem central mais insípida que já li, e com a primeira metade do quarto livro sendo algo medonho em termos de progressão da estória. Dividindo a série em cinco livros, como fizeram com os filmes, eu diria que a série seria 100% melhor se o livro 4 (sua primeira metade) simplesmente não existisse.
Foi com esse pensamento que me preparei para ver o filme baseado no pior trecho da série, Breaking Dawn - Part I. Para os fãs (e sinceramente, quem mais vai ao cinema ver péssimos atores num péssimo roteiro?), essa primeira parte de Breaking Dawn pode ser contada em 4 momentos: o casamento, a lua de mel, a gravidez e o parto. E o filme foi completamente construído em cima disso. São esses 4 momentos amarrados por montagens, músicas e diálogos supérfluos. A comparação que fiz foi com Harry Potter. Nos filmes do Harry Potter, a sensação era de cenas rápidas e muitos cortes para tentar encaixar o máximo de material em duas horas (tarefa impossível). Em Breaking Dawn, a parte um do livro está TODA lá, e ainda sobrou tempo.
Mas vamos as críticas negativas, que são as mesmas desde o segundo filme (o primeiro é TÃO ruim que prefiro ignorar): Fora Billy Burke no papel de Charlie, os atores seguem fraquinhos fraquinhos; o roteiro idem pois eles insistiram na mesma roteirista desde o primeiro filme, então esperem os diálogos toscos que não transferem bem do papel para as telas; e este filme, pelo motivo explicado antes, alterna entre cenas interessantes e momentos de total marasmo, não flui.
Mas nem tudo está perdido, para quem já era fã dos livros há bons momentos, e a mesma "euforia" em ver a estória se encaminhando para aquilo que sempre esperamos desde o livro um: o casamento foi rápido mas super bonito, aliás, amei o vestido, principalmente as costas! A lua de mel vem com extras para nós brasileiros, finalmente pessoas falando português sem sotaque espanhol ou latino (vários filmes com "brasileiros" vemos mexicanos falando português com super sotaque) e inclusive Robert Pattinson (que aliás nunca esteve tão bonito quanto neste filme) surpreendendo com um português bem passável.
A lua de mel em si teve que ser reeditada por causa da censura, mas mostraram mais do que está descrito no livro. Usaram CGI na Bella durante a gravidez, e como resultado temos realmente a idéia do que o bebê está fazendo com ela (como disse para a Diana, parece campanha de anorexia), achei isso bem bacana. E o momento escolhido para dividir os livros também foi exatamente o que eu esperava, o que eu achava ideal, e achei que fizeram justiça ao livro. Gostei bastante mesmo das cenas finais, e fiquei com gostinho de quero mais.
Resumindo. O filme não é bom, mas como fã e falando para fãs, é possivelmente o melhor dos 4 até agora.