domingo, 20 de setembro de 2009

Dewey: Um gato entre livros


Na onda do sucesso de "Marley e Eu", chegou este livro de Vicky Myron, uma bibliotecária de Spencer, Iowa, que segue a vida local e de Dewey, um gato que foi abandonado na caixa de coleta de livros. O gato viveu 18 anos na Biblioteca e era famoso por sua docilidade.

Apesar de ser interessante a história de uma cidadezinha do interior dos EUA através de crises e desenvolvimentos econômicos, diferente de quando li Marley (comparações são inevitáveis), Dewey para mim é simplesmente UM gato. Assim mesmo, genérico.

Em Marley o autor transformou o cachorro e sua vida com ele em algo único, Marley tem personalidade, o leitor o conhece e se apega a ele. Já com Dewey, a forma que foi escrito o livro me deu a impressão de tentativa de forçar essa unicidade, não me parece real.

Sempre amei gatos, cresci com eles, tive muitos gatos e todos são distintos, todo gato tem suas peculiaridades, características pessoais mesmo. Mas todo gato também tem atitudes comuns à espécie, coisas que se espera de todo gato, e é isso que me incomodou em "Dewey", há um exagero em fazer os comportamentos mais banais dos gatos parecer incrível e único a Dewey, e isso tira a magia dele, ele se torna um gato qualquer, de novo, genérico.

Acredito que com melhor autoria, Dewey se tornaria um gatinho fantástico, pois era sim dócil, mas tal como é, não consegui me apegar a ele. O fim da vida de Marley me fez chorar copiosamente, já o pobre Dewey ganhou apenas uma leve fungada. Talvez, se a dona dele (a autora) fosse mais carismática, eu teria apreciado melhor o livro.

domingo, 13 de setembro de 2009

Leitura de Férias

Uma das coisas que se faz muito na fazenda é ler. Como eu já tinha comentado antes AQUI no blog, minha família é de ávidos leitores, e no fim do dia, após o banho merecido, aproveitando o tempo fresco e o silêncio de uma casa sem energia elétrica (só motor a diesel quando dá vontade de se ver TV, e tem até Sky Net pra isso), todos nos voltamos para os livros, com menos distrações, é aqui onde eu acabo lendo mais (sempre estou às voltas com um livro, mas meus pais compram muitos mais livros que eu – por motivos financeiros – e sempre há várias opções esperando por mim quando visito).


Nesta viagem até agora li os seguintes que vale a pena comentar:

1) Crônicas Saxônicas - Bernard Cornwell




Até agora foram lançados 4 volumes desta saga que conta a história das invasões bárbaras na Inglaterra, seguindo a trajetória de Uthred, saxão criado pelos vikings dinamarqueses, que acabando vivenciando a batalha pelos dois lados. Escrito por Bernard Cornwell, esta é outra obra de arte das épicas batalhas medievais, e pessoalmente, ainda não vi autor igual em masterizar a descrição da luta nestes tempos. Sua narrativa sempre me prende, é real, sem rodeios e a fantasia é crível. Recomendo esta série e também as outras de Bernard Cornwell (As Crônicas de Artur e A Busca do Graal). Li os quatro volumes e fico aguardando o quinto. Compre AQUI!


2) A Hospedeira - Stephenie Meyer





Não posso negar que sou fanzoca da série Crepúsculo mas nunca achei que Stephenie Meyer fosse necessariamente uma boa escritora. Parte de mim crê que ela deu sorte no tema na hora certa, e desenvolveu um personagem fácil do leitor se apaixonar (Edward, não a Bella, que seria a principal). Comprei este para ler no avião, por falta de opção no kiosque do aeroporto de San Juan, e acabei me surpreendendo.

A Hospedeira segue Wanderer, a alienígena hospedada no corpo de Melanie Stryder, em sua incursão pelo mundo humano, pela mente humana. O livro lembra muito os filmes no estilo "Invasores de Corpo", ficções científicas onde alienígenas tomam a humanidade invadindo seus corpos, numa invasão silenciosa e praticamente imperceptível para o Homem. Diferentemente dos filmes, no entanto, desta vez o leitor acompanha o alienígena, o que pra mim foi bastante original, e claro, sendo Stephanie Meyer a história é muito mais um romance (leia-se obra de ficção generalizada, não água com açúcar simplesmente) que um livro de ficção científica clássico. A leitura flui fácil, e logo fiquei presa e sem conseguir baixar o livro. Meu irmão o está lendo agora e também está seguindo o mesmo caminho do sentir a necessidade de ler. Valeu a pena conhecer Stephenie além de Edward Cullen.

No Brasil a tradução sai em Outubro. A Saraiva já tem o pré-lançamento, reserve AQUI.


3) Jogos Patrióticos - Tom Clancy



Todos devem se lembrar do filme baseado neste livro, de mesmo nome estrelando Harrison Ford no papel de Jack Ryan, personagem constante nos romances de Tom Clancy, que ganhou várias adaptações no cinema. Este é o primeiro livro onde o personagem principal é Jack Ryan, professor de história em uma Faculdade Militar, que passa a fazer parte da CIA, combatendo o terrorismo. Tom Clancy é fantástico como autor de livros mostrando conflitos políticos e o mundo das operações especias, e o faz de maneira que prende o leitor à história. Pra quem gostou dos filmes, vale a pena conhecer a obra, pois há diferenças e muito mais detalhes, é claro. Para comprá-lo, qualquer livraria deve ter os livros do Tom Clancy em estoque.
Agora estou lendo Dewey, de Vicky Myron e na lista está Love, de Stephen King. Comento quando terminar.

Reunião Familiar



Após quase 3 anos este Agosto conseguimos reunir a família (adendos incluídos). Eu e Luis viemos de PR passar algumas semanas na fazenda, primeira viagem de Luis à Rondônia. Gustavo veio de Terê com Bia e Uddhava, e durante uma semana estivemos todos juntos. Casa cheia, meus pais visivelmente satisfeitos em ver seus filhos juntos.

E a aproximação é mais exacerbada pelo fato de aqui, não termos o espaço que tínhamos em Terê, onde muitas vezes nem sabíamos quem estava em casa. Aqui, a casa é menor, mais aconchegante, e a gente fica é próximo mesmo, durante à noite dava pra escutar a cacofonia de Gustavo, Guilherme, Luis e papai, competindo pelo ronco mais sonoro.

O café da manhã também é bem diferente do meu costumeiro pseudo-café, em pé, na cozinha, ou passeando pela casa enquanto alimento os gatos, ou acordo o Luis (ou tento). Aqui me lembrou muito meus tempos em Terê, batendo o papo não terminado do dia anterior, e antecipando assuntos do dia.


Os dias passados na fazenda foram ótimos, vendo o fascínio que tudo fazia no Luis, até o que pra gente é lugar comum, o ruído de cada pato, galinha, angolinha, peru, ganso ou marreco. O carneiro Jamelão, criado pela mamãe na mamadeira, e que gosta de visitar a cozinha na hora do almoço, para ganhar uma banana, ou um pedaço de côco. Nestes dias de visita ele se fartou, pois todos queriam a oportunidade de alimentá-lo. Melhor para ele.



Luis gostou também de ver o vaqueiro em ação, carimbando bezerros no curral, apesar da pena que sentiu no começo, mas logo se animou e queria ajudar também. A farra me rendeu um pé roxo quando levei umas pisadas de um bezerrinhos mais agitados (bezerrinhos de um mês, afinal, pesam cerca de 50 kg).

A única coisa que ele ficou bem de longe foi quando fomos escolher o carneiro que viraria churrasco no aniversário do Gustavo, aí ele não quis nem ver como limpar, mesmo depois do bichinho já ter sido abatido. Hipócrita, ele assim mesmo gostou do churrasco! Se bem que eu também não olho matar por nada, mas não ligo de ver limpar, e nem de comer.

Não só os animais foram novidade e diversão pra ele, mas a mata, o pasto, os açudes, o jeito manso de passar o dia, e as noites limpas, lindas, sem intervenção das luzes da cidade. É, meu marido é muito mais urbano que eu, mas gostei muito de sua apreciação pela fazenda.
Um dos pontos altos da reunião familiar foi a caminhada que fizemos para levar Bia , Luis e Uddhava para conhecer o Igarapé das Pedras, buscando nos refrescar num dia muito quente. Ponto alto porque a água estava uma delícia, e o porque o lugar é mesmo lindo, escondido no meio da mata. Mas caímos na pela da Bia, que sentiu verdadeiro pavor em andar pela mata fechada, enquanto Guilherme ia abrindo a picada com o facão. Descobri que sua fobia de aranhas é assunto sério. Heheheheheh


Eu fiquei feliz em perceber que ainda sei movimentar-me pelas pedras do igarapé sem problemas, minha infância não foi esquecida pelos anos de vício na internet. Ainda assim os Schwartz, acostumados com o contato com esse tipo de riacho, pegaram leve com os marujos de primeira viagem, mas que seguramos um risos, ah isso sim!

Agora todos já foram, e eu fico aqui mais uns 20 dias, para matar bem a saudade, enquanto minha metade volta pra PR, pra cuidar do nosso cantinho e de nossos filhos felinos, Juanqui e Sushi.

Durante a semana o tempo virou, trazendo vento forte e chuva, deu até pra dormir de edredon, pela primeira vez pra mim em 3 anos. O bom é que depois dessa chuva, os verdes vão ficar ainda mais verdes. A fazenda, ainda mais bonita.

sábado, 5 de setembro de 2009

O Dia em que a Terra Parou


Pela lentidão e mesmice do filme, dá pra acreditar que o título é mesmo iminente. O enredo simplista e sem desfecho satisfatório se torna ainda mais apático na interpretação de Keanu Reeves, que vive o alienígena Klaatu, que vem à Terra para exterminar a raça humana antes que ela destrua as outras formas de vida terrestres, onde encontra uma humana que tenta convencê-lo de que o Homem pode mudar. A mensagem ecológica é clara e direta mas tão propagada que não dá nenhum motivo para reflexão.



Não recomendo, nem pelos efeitos especias que, aliás, são fraquíssimos.

A Troca (Changeling)


Finalmente tive a oportunidade de ver "A Troca", filme com Angelina Jolie, Guy Pearce e John Malcovich, que conta a história, baseada em fatos reais, de uma mãe na década de 20 em Los Angeles, que tem o filho sequestrado e enfrenta a ineficácia da polícia, que lhe devolve uma criança que não é seu filho e a trata como se fosse louca para esconder sua própria inaptidão e acobertar seus líderes corruptos, mais preocupada com a mídia que com a resolução de crimes.


O filme retrata a luta dela em descobrir o paradeiro de seu filho, ao mesmo tempo em que expõe a polícia, enquanto a trama que envolve seu filho é desvendada, em momentos de verdadeira tensão psicológica no desenrolar majoritariamente lento da história.


É, realmente, um filme pesado que incomoda e que, pelo menos para mim, prova de que em 90 anos algumas coisas não mudaram tanto assim, infelizmente.