Ontem foi dia de filmes aqui em casa. Luis estava de folga e nós saímos para ver tênis de corrida pra ele no shopping (já em preparação pros artigos necessários pro basic training, da Força Aérea) e também porque o tênis que ele usava pra correr está acabado e de qualquer forma era inadequado pra correr e depois fomos pra locadora, onde sempre tenho a ânsia semi-incontrolável de alugar tudo que vejo pela frente.
Bom, aluguei 4 filmes, dois dos quais comentarei juntos aqui agora pois são ambos de ficção científica.
O primeiro é District 9.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme este ano, o filme é atípico para os padrões da academia, e pra dizer a verdade, pra praticamente qualquer outro padrão que já vi. Em 1982 uma nave alienígena paira sobre a cidade de Jonesburgo, na África do Sul e quando os humanos vão investigar encontram uma raça alienígena em estado de desnutrição, indefesos. A nave está "encalhada" em estado de flutuação sobre a terra, e os alienígenas não podem partir por conta de algum defeito técnico. Os humanos criam então um campo de refúgio sob a nave, para atender a enfraquecida raça, mas as diferenças entre os alienígenas e os humanos provoca ondas de violência e racismo e o tal campo vira mesmo uma prisão, um campo de concentração (chamado District 9) cercado de militares e armas que impedem os alienígenas de sair, e o lugar vira um favelão mesmo.
20 anos depois e com os conflitos só aumentando a organização MNU (Multinational United) decide relocar o Distrito 9 para um novo campo 200 km longe da cidade, para que os humanos se sintam mais em segurança e os alienígenas tenham uma área maior e menos favelada. É aí que começamos a seguir o protagonista, Wikus Van de Merwe, da MNU, que fica encarregado de ir ao Distrito 9 e entregar as ordens de evicção aos alienígenas, seguido de uma equipe de filmagem. A história se desenrola à partir daí.
O filme é uma crítica violenta às organizações governamentais e seu uso de força militar para atender seus interesses (nada humanitários) e ao racismo e segregação racial, reforçado pelo fato desse apartheid acontecer na África do Sul. Quando fui pesquisar um pouco sobre o filme vi várias referências a relocações reais que ocorreram na África.
Eu gostei do filme, mas é realmente bizarro, se eu fosse tentar encaixa-lo em algum gênero seria difícil, pois ele vai de documentário de ficção científica, para filme político, para filme de ação, e também pode ser visto como um Filme B de humor negro. Ele é violento, nojento, e incomoda muito, mas acho que vale a pena ser visto por ser tão diferente e tão claro em seu tema. Mas eu teria gostado mais se o clima politizado perdurasse até o final, sendo este o defeito de District 9, uma inconstância no tom inicial do filme.
O segundo filme é Pandorum, uma ficção científica de horror. Aluguei porque a idéia era boa, mas eu não esperava grandes coisas, então não fui desapontada. A premissa é ótima, nos idos de 2174 a população da Terra atinge os 24 bilhões e a comida é escarça, os recursos estão esgotados, o clima arruinado pela poluição. É quando descobrem a existência de um planeta, Tanis, que tem características parecidas com a Terra e é a chance de sobrevivência da espécie humana, que constroe uma nave gigantesca com cerca de 60.000 pessoas e tubos com espécies de flora e fauna pra povoar Tanis. Todos são postos em hipersono pois a viagem levaria 120 anos, com uma tripulação especial formada de times que passarão 2 anos acordados controlando a nave e depois revezarão com a próxima equipe que está no hipersono.
É aí que começa o filme, quando a equipe de número 5 acorda e encontra a nave sem energia, aparentemente deserta, e pela perda de memória que experimentam, eles estão dormindo há mais tempo do que deveriam. O filme começa ótimo, a idéia é fantástica, e aí tudo descamba, a parte horror do filme está no fato que algumas das pessoas sofrera mutação por conta dos tubo de alimentação das câmeras de hipersono que continham nutrientes que ajudariam na adaptação ao novo planeta, e agora são monstros caçando e comendo os humanos que acordam, e a tripulação 5 está tentando chegar ao reator da nave para reativar a energia e saber onde estão, quanto tempo ficaram dormindo, e o que aconteceu com as tripulações anteriores.
É realmente uma pena que uma história que poderia ser tão boa foi reduzida a canibais perseguindo humanos, porque realmente poderia ser um filme ótimo. Fãs incondicionais de Sci-Fi podem gostar do filme mesmo assim, porque o pano de fundo do horror criado pelos monstros é interessante, e o filme é no mínimo, bizarro.
5 comentários:
Olha, O Distrito 9 eu estou doida para ver desde que foi lançado. Já ensaiei baixar várias vezes... e só fiquei na vontade mesmo.
Agora que viu, vai que eu animo, né?
Já o Pandorum eu, sinceramente, nunca tinha ouvido falar. Porém só pela sua resenha eu concordo plenamente com vc, pois a idéia inicial do filme, daria para ser MUITO bem aproveitada! Desperdício!
Nem vou checar.
Eu também nunca tinha ouvido falar, mas a estante da locadora estava cheia de cópias, pensei até que tinha perdido algum filme famoso.
Quando vi do que se tratava fiquei super empolgada, até que apareceram os mutantes comedores de gente. rsrsrsrsr
Meu namorado assistiu a Distrito 9 e disse que com certeza eu NÃO iria gostar... até agora não tive muita coragem de pegar o filme, mas vamos ver, né? Nunca se sabe.
Acho que mais ou menos aconteceu contigo o que aconteceu comigo quando assisti a "I am Legend" com o Will Smith... eu estava esperando mais um drama psicológico e aí vira um Resident Evil... sei não, xoxei. Vi até o fim sem muita emoção.
Bjos!
Pessoalmente adorei o "District 9" e tornou-se automaticamente um dos meus filmes favoritos. Já o "Pandorum", embora seja bastante bom, concordo que poderia ter sido bem melhor.
Pandorum foi um puta desperdício de enredo!
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